saudades da brisa matinal,
da caminhada descompassada
na companhia da mulherada.
saudades da enchente da marginal,
areia na face, sol no corpo e sorriso roto.
saudades da liberdade e alegria,
destapadas e desregradas
na avenida e em casa.
tenho saudades também
da rua e das buzinas,
dos mercados e da indisciplina,
das amiguinhas em cada esquina.
ha!
saudades da paz no meio da confusão
do mundo lá fora donde tudo brota
e alegra o meu coração.
são tantas as saudades
que só agora me apercebo
que era folha verde,
livre, leve e solta
alheia aos perigos à minha volta.
diga-me então,
óh senhor, nosso salvador
quando voltarei a sentir o frescor
na pele e na minh’alma
que há tempos não se acalma...
